Louvre em Paris e
o palácio dos Papas, de Avinhão na França.
Na Itália, os edifícios em estilo gótico são de autoria de artistas que
anunciavam o Renascimento. Como a Igreja de São Francisco de Assis, a catedral
de Santa Maria Del Fiore e o Palazzo Vechi, em Florença e os palácios comunais de
A finalidade primordial da pintura gótica era ensinar a criação divina e, num
sentido mais didático, narrar as Escrituras para o maior número de pessoas, quase
sempre analfabetas. Os temas eram religiosos, tirados da tradição bizantina. Além
das histórias da Bíblia, representava-se também a vida dos santos e a iconografia
de Cristo, particularmente a crucificação, capítulo central da teologia da Idade
Embora as pinturas fossem freqüentemente substituídas pelos vitrais, são
comuns as pinturas em painéis de madeira e sobre relevos. As figuras adquirem
mais naturalidade, e o colorido é mais vivo. Os pintores do gótico elaboraram uma
pintura carregada de simbolismo, a fim de tocar emocionalmente o observador. São,
também, notáveis as pinturas em manuscritos (iluminuras). No final do período,
surge a preocupação com a perspectiva, melhorando as proporções entre figuras
Pilar dos Anjos, Catedral de Estrasburgo
Em geral, a escultura gótica está integrada na arquitetura. A princípio, as estátuas
eram alongadas e não possuíam qualquer movimento, com um acentuado
predomínio da verticalidade, o que praticamente as fazia desaparecer. Eram
estátuas-colunas. Aos poucos, ela foi-se libertando das rígidas formas românicas e
adquirindo maior expressão,
primeiramente, no rosto e, depois nos movimentos. Além dessa variação no tempo,
há grande diferenciação de um lugar parara outro. Na fase final da Idade Média, as
figuras já apresentam uma grande naturalidade. Os escultores buscavam dar um
aspecto real e humano às figuras retratadas (anjos, santos e personagens bíblicos).
A separação em relação à arquitetura torna-se um fato e as esculturas
começam a se destacar como obras independentes. As roupas ficam mais pesadas
e se multiplicam as dobras, que já não são lineares e rígidas, mas sim onduladas,
expressivas e mais naturais.
DANÇA E MÚSICA MEDIEVAL
Durante toda a Idade Média, a música profana fez parte da corte medieval.
Servia para dançar, para animar o jantar, para se ouvir. Era indispensáveis
em cerimônias civis, militares, feriados e outras ocasiões festivas com danças
folclóricas, e também para animar os Cruzados quando partiam para a Terra Santa
ou de júbilo, quando regressavam das suas campanhas.
Os jograis pertenciam à outra classe de músicos. Eles recitavam, cantavam,
tocavam, dançavam, faziam acrobacias e exibiam as habilidades de animais
domesticados. Iam de terra em terra e, com as suas diversões, entretinham a
nobreza e os ajuntamentos de pessoas nas praças públicas. Eram vistos como
vagabundos e viviam à margem da sociedade, mas eram muito populares por
trazerem as novidades e as notícias de outras terras.
A dança de roda é seguramente o tipo coreográfico mais difundido na Europa
e em todo o mundo. A sua simplicidade contribuiu decerto para isso: os dançadores
formam uma roda, intercalando os do sexo masculino com os do feminino. Na
fórmula mais difundida, dão as mãos uns aos outros, virados para o centro do
círculo, evoluindo a roda no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. De vez
em quando, nas ocasiões em que a música o sugere, param e batem palmas, para
de seguida retomarem o movimento circular.
Além da simplicidade, autores há que atribuem a sua divulgação ao valor
mágico do círculo e da evolução em círculo. Seja como for, a roda é a mais primitiva
forma de dança coletiva. O seu tipo medieval mais conhecido é a carole, que era
seguramente cantada pelos dançadores, primeiro por um solista, a que respondiam
No século XIV aparece entre os nobres, o Momo, um gênero de dança que
serviu como base do futuro ballet-teatro. Era uma espécie de Carolas onde os
participantes dançavam mascarados e disfarçados.
Nos bailes de Momos dançava-se a Mourisca, uma dança importada dos árabes,
em ritmo binário, marcada por batidas dos pés ou, em caso de cansaço, dos
calcanhares. O movimento da coreografia era o seguinte: bate-se o calcanhar
direito (no chão) / bate-se o calcanhar esquerdo / bate-se os dois calcanhares (um
no outro) / suspiro. Na verdade, as partituras indicam uma pausa no momento do
suspiro. O momo tornou-se uma dança espetáculo quando começou a ser dançado
como atração entre os pratos de um banquete.
Já no final do século XV o momo estava estabelecido com firmeza nas
cortes de príncipes. Apresentava, então diversos elementos dos ballets de corte
(antecessores dos ballets de repertório), como dançarinos, cantores, músicos,
carros, efeitos de maquinaria; mas faltava-lhes a "alma" do espetáculo: uma ação
dramática coordenada e a diversidade das danças, pois apenas dançavam a Carola
No final da Idade Média a dança e a música tornaram-se parte de todos os
VESTUÁRIO MEDIEVAL
As roupas e os sapatos da época eram bastante volumosos e escondiam
quase inteiramente o corpo, especialmente o da mulher. As mais jovens até
chegavam a revelar o colo, mas a Igreja sempre desaprovou os decotes. Pode-se
dizer também que já existia moda, naquele tempo, com a introdução de novidades
na forma de vestidos, chapéus, sapatos, jóias, etc.
Vestuário básico das mulheres incluía roupa de baixo, saia ou vestido longo,
avental e mantos, além de chapéus com formas as mais variadas (imitando a
agulha de uma torre, borboletas, toucas com longas tiras) e exagerados (em alguns
locais foi preciso alterar a entrada das casas para que as damas e seus chapéus
pudessem passar). Na época, cabelos presos identificavam a mulher casada,
enquanto as solteiras usavam cabelos soltos.
As cores mais usadas pelas mulheres eram o azul real, o bordô e o verde
escuro. As mangas e as saias dos vestidos eram bufantes e compridas. As mais
ricas usavam acessórios, como leques e jóias.
Para os homens, o vestuário se compunha de meias longas, até a cintura,
culotes, gibão (uma espécie de jaqueta curta), chapéus de diversos tamanhos e
sapatos de pontas longas. Os tecidos variavam de acordo com a condição social
dos cavaleiros, o clima, a ocasião e local e, nos dias de festa, por exemplo, usavam
ricas vestimentas, confeccionadas com tecidos orientais, sedas, lã penteada e
veludo. E festa é o que não faltava, o ano inteiro, nas feiras e nas datas religiosas
e profanas da Europa Medieval. Tanto nos castelos quanto nas vilas, aldeias e
cidades, em tempos de fartura, tudo era motivo para comer, beber e dançar, com
fantasias, máscaras, procissões, muita alegria e até certos excessos.
Os camponeses, apesar do sofrimento e a da penúria, gostavam de festas,
danças e músicas. Várias danças folclóricas européias originam-se de festas e
danças populares medievais